quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A Tolerância Rotária

Rotary é uma associação de líderes da comunidade que, incentivando a ética profissional, procura servir, antes de servir-se.
A pacífica coexistência de pessoas, de ideais semelhantes, reunidos num mesmo local, mas de formação, educação, crenças e ideologias diferentes, exige, para a perfeita integração do grupo, o exercício da tolerância, como condição básica e fundamental de sobrevivência.
Se não for assim, a desintegração da entidade será fatal e irremediável. Tolerante é quem tem a capacidade de ouvir, argumentando, sem contudo, afrontar; capaz de ponderar e avaliar as opiniões alheias, sem repeli-las liminarmente.
Escreveu Comte-Sponville que, como a simplicidade é a virtude dos sábios e a sabedoria dos santos, a tolerância é sabedoria e virtude daqueles que, como nós, não são nem uma coisa nem outra.
O rotariano deve ser tolerante, porque, muitas vezes, aquele que nos conduzir, acaba por retificar e redirecionar o nosso entendimento: ninguém tem o monopólio da verdade.
Exemplar a lição de Santa Teresa de Jesus, segundo a qual devemos procurar olhar somente as virtudes e coisas boas dos nossos semelhantes, e tapar os olhos e ouvidos para os defeitos alheios, porque nós também estamos carregados de pecados.
E daí a tremenda pergunta de Thomas de Kempis: Se tu não podes a ti mesmo fazer-te tal qual desejas, como pretendes sujeitar aos outros o teu talento? Deus criou a tolerância para que nós nos aprendamos a carregar os fardos uns dos outros, porque não há ninguém sem defeito. Se a gente pensar bem, a Tolerância, embora virtude menor, tem uma carga muito forte de amor e de caridade.
A tolerância porém, tem um limite ético. Não é possível tolerar os que erram intencionalmente, os que transgridem as leis da moralidade e da lacitude, em busca da impunidade. Tolerância, nesse caso, seria cumplicidade e por isso deve ser repelida.
A tolerância é até um direito, como acentuou Hamilton Rangel Júnior – o direito a que, desde que façamos o mesmo, não nos impeça de ser o que somos, ainda que de nós não gostem.
Portanto, a tolerância rotária é um direito e um dever.
Pedro Paulo Filho
Sócio do Rotary Club Campos do Jordão

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